Conto Social - Autoimagem preenchida

    Meu nome é Lucas e, na época em que estes fatos ocorreram, eu tinha 11 anos. Eu morava com minha mãe chamada Rosa numa casinha de madeira e estávamos com o aluguel atrasado há três meses. 

    Eu estudava de manhã e, à tarde, trabalhava com minha mãe. Ganhávamos cerca de cento e cinquenta reais por semana catando material reciclável. Isso não era suficiente para minha mãe e eu nos sustentarmos, mas esse foi o trabalho que nós conseguimos porque ela não teve estudo. Eu estudava para dar um futuro bom para ela e conseguir uma casa melhor para morarmos.

    Tinha vezes que a gente passava fome, pois não conseguimos o suficiente para nos sustentar. É difícil, porque eu queria o melhor para minha mãe. Não gostava de ver ela deixando de comer para me alimentar. Isso era muito doloroso. Eu via o quanto minha mãe sofreu para nos manter em segurança e saudável.

    No dia 25 de abril, sexta-feira, eu e minha mãe fomos ao lixão da cidade para catar os recicláveis. Chegando lá, começamos a trabalhar. De repente, chegaram dois homens que pareciam fotógrafos e eles começaram a vir em nossa direção e se apresentaram. Seus nomes eram Júnior e Mateus e perguntaram se eles podiam fotografar eu e minha mãe. Dissemos que sim. Eles pediram para a gente catar alguns materiais que eles utilizariam para fazer as fotos. As fotos ficaram excelentes.
 
    Júnior e Mateus convidaram minha mãe para ir ao galpão onde eles faziam suas obras de arte. Chegando lá, tinha um negócio que parecia nossa imagem bem grande no chão. Pegamos tampas de garrafinhas, sacolinhas plásticas, vidros e outros materiais para preencher aquela nossa imagem.
 
    Depois de muitas horas, a gente terminou de completar a nossa imagem que aparecia no chão bem grande com os materiais recicláveis. Lá tinha uma escada bem grande e o Mateus bateu uma foto da nossa imagem coberta. Eles fizeram um quadro com uma imagem minha e da minha mãe, que significa como é a vida de trabalhar no lixão, que não é nada fácil.
 
    Passou-se um mês e eles foram na nossa casa e deram um presente a nós: era uma cópia do nosso quadro com a nossa imagem que fizemos. Eu e minha mãe choramos muito, porque tinha ficado esplêndida aquela arte. Mateus e Júnior levaram minha mãe e eu para uma exposição e lá vimos umas artes e nosso lindo quadro. Júnior e Mateus nos levaram  para um leilão para leiloar nosso quadro. As pessoas deram muitos lances de valores muito altos. Nosso quadro foi comprado por um homem chamado Pedro Mendes pelo valor de cem mil reais e ele falou que iria mudar a nossa vida e dos trabalhadores que trabalham no lixão. Eu e minha mãe choramos como nunca choramos em toda nossa vida, ficamos sem acreditar de tão feliz que estávamos.
 
    Depois desse dia, eu e minha mãe nunca mais passamos fome e agradecemos muito, de joelhos, a Júnior e Mateus, que mudaram nossa vida. Eles poderiam ter escolhido qualquer um um dos trabalhadores que estavam trabalhando lá no lixão. Depois que eu e minha mãe conseguimos bastante dinheiro, minha mãe estudou e virou professora, que era o sonho dela, e eu continuei estudando.
 
Enfim, depois de muito esforço, conseguimos uma casa boa. Eu e minha mãe ajudamos muitas pessoas que trabalhavam lá no lixão e , depois daquele dia marcante, eu e minha mãe vivemos felizes para sempre.
 
Conto social produzido por Eduarda Pereira Veneroski
Aluna do 9º ano do C.E.M. Giovania de Almeida

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um Apólogo, de Machado de Assis

Kim Kardashian admite que fez 6 mil selfies durante viagem de 4 dias ao México

Conto Social - A espera de um final feliz