Conto social: A bolha social de Ryan

Ryan era um garoto de 17 anos que morava em Balneário Camboriú. Ele era um garoto tímido, não tinha muitas amizades na escola e preferia ficar em casa a se socializar. No dia 12 de junho, ele estava em casa, assistindo televisão. Em algum momento, ele ouviu que o Fórum Nacional de Prevenção do Trabalho Infantil estava lançando a campanha "Não proteger a infância é condenar o futuro".


Ryan não se comoveu muito com a notícia; afinal, nunca havia visto um caso de trabalho infantil em toda sua vida, isso não era um real problema para ele. Como ele estava muito entediado, resolveu sair de casa para passear um pouco na praia. Ele pegou sua bicicleta e saiu.


Ele estava distraído, enquanto pensava: "O que realmente essa campanha traria? Quais mudanças eles fariam na prática?". Parecia apenas um nome para Ryan. Quando ele se deu conta, tinha atravessado a praia inteira, perdido em seus pensamentos. Estava escuro.


Ryan parou em uma lanchonete para descansar. Enquanto comia seu sanduíche, ele viu a silhueta de um homem, que ia de pessoa em pessoa tentando pedir algo que Ryan não conseguia ouvir. Mas ele estava sendo ignorado por todos. Depois de alguns minutos, Ryan resolveu voltar para casa. Ao sair, o homem ainda estava lá, e começou a encarar Ryan.


O desconhecido começou a andar em sua direção e, por fim, lhe abordou. Ele chegou perto de Ryan, que se preparou para um assalto, mas o homem não fez nada. Ele lhe falou que estava o dia inteiro tentando vender panos de prato para as pessoas, pois era um vendedor ambulante. Contou que não conseguiu nada e que estava faminto. Pediu apenas para lhe comprar um lanche.


Como estava muito cansado, Ryan resolveu apenas atender ao pedido daquele estranho e foi andando com ele em direção à lanchonete. A rua estava escura, Ryan não via nada. Os dois estavam andando, ele lhe contou que era obrigado a trabalhar todos os dias, o governo não o ajudava. Era muito difícil para ele e estava emocionado, porque Ryan estava o ajudando - algo que Ryan achou muito infantil. Ao entrar na lanchonete, que estava iluminada, ele finalmente entendeu. Era uma criança.


As campanhas eram falhas, eram apenas um nome. Ryan estava vivendo sua bolha social, pensando que nunca teria contato com trabalho infantil. Mas finalmente percebeu que isso é a realidade. Existe uma parte da sociedade que nenhuma campanha poderá ajudar.


Conto social produzido por Ana Clara da Silva Prado

Aluna do 9º ano do C.E.M. Giovania de Almeida


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