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Conto social: A bolha social de Ryan

Ryan era um garoto de 17 anos que morava em Balneário Camboriú. Ele era um garoto tímido, não tinha muitas amizades na escola e preferia ficar em casa a se socializar. No dia 12 de junho, ele estava em casa, assistindo televisão. Em algum momento, ele ouviu que o Fórum Nacional de Prevenção do Trabalho Infantil estava lançando a campanha " Não proteger a infância é condenar o futuro" . Ryan não se comoveu muito com a notícia; afinal, nunca havia visto um caso de trabalho infantil em toda sua vida, isso não era um real problema para ele. Como ele estava muito entediado, resolveu sair de casa para passear um pouco na praia. Ele pegou sua bicicleta e saiu. Ele estava distraído, enquanto pensava: " O que realmente essa campanha traria? Quais mudanças eles fariam na prática?" . Parecia apenas um nome para Ryan. Quando ele se deu conta, tinha atravessado a praia inteira, perdido em seus pensamentos. Estava escuro. Ryan parou em uma lanchonete para descansar. Enquanto comi...

Conto Social

     Eu me chamo Júlia, tenho nove anos e moro em uma pequena cidade do Rio de Janeiro. Desde que me conheço por gente, meu pai é motorista de ônibus. Como morávamos muito longe da minha escola e ela não disponibilizava o transporte escolar, eu ia com meu pai de ônibus até ela. Mas tinha algo que eu sempre notava: as pessoas olhavam para mim de maneira diferente e me tratavam de maneira diferente. A mesma coisa ocorria com meu pai.       Uma vez no ônibus, tinha uma senhora em pé e só havia um assento, que era ao meu lado. Perguntei a ela se queria se sentar ao meu lado e, grosseiramente, ela me disse não e me olhou com um olhar julgador de que nunca me esqueço. E isso aconteceu mais de uma vez. Vi muitas meninas rindo do meu cabelo apenas por ser crespo e não liso como os delas.       Meu pai passava por situações parecidas ou até piores e nunca vi ele se abalar com eu.       Um dia, perguntei para ele o motivo disso ...

Conto social - A espada de latinha

       Esta história começa em uma cidade do interior de São Paulo. Lá, em uma pequena casa de madeira, vive Raquel, uma jovem garotinha que adora ler sobre fantasia medieval. Ela sonha em um dia ser a escritora mais famosa do Brasil, mas nem tudo são rosas. Sua família é extremamente pobre, então ela precisa ajudar em casa já que tem apenas ela e sua mãe para pagar as despesas. Ela passa a manhã estudando e das duas até as seis trabalhando - catando latinhas pela cidade. Depois do trabalho, ela gostava de ir ler na biblioteca.      Certo dia, sua mãe ficou doente e ela teve que trabalhar ainda mais, não tendo tempo para nada. Também não frequentava a escola, pois trabalhava até as vinte horas da noite. Sua mãe adoeceu a ponto de não conseguir mais trabalhar e, como seu pai as abandonou, a única que trabalhava era Raquel. Porém a pequena trabalhadora não conseguiu pagar o aluguel e, juntamente com sua mãe, foi despejada da casa. Não tendo pa...

Conto Social - Autoimagem preenchida

     Meu nome é Lucas e, na época em que estes fatos ocorreram, eu tinha 11 anos. Eu morava com minha mãe chamada Rosa numa casinha de madeira e estávamos com o aluguel atrasado há três meses.       Eu estudava de manhã e, à tarde, trabalhava com minha mãe. Ganhávamos cerca de cento e cinquenta reais por semana catando material reciclável. Isso não era suficiente para minha mãe e eu nos sustentarmos, mas esse foi o trabalho que nós conseguimos porque ela não teve estudo. Eu estudava para dar um futuro bom para ela e conseguir uma casa melhor para morarmos.      Tinha vezes que a gente passava fome, pois não conseguimos o suficiente para nos sustentar. É difícil, porque eu queria o melhor para minha mãe. Não gostava de ver ela deixando de comer para me alimentar. Isso era muito doloroso. Eu via o quanto minha mãe sofreu para nos manter em segurança e saudável.     No dia 25 de abril, sexta-feira, eu e minha mãe fomo...

Conto Social - A Criança e os Doces

     Meu nome é Vitor, tenho 13 anos e eu trabalhava vendendo doces na sinaleira para conseguir ajudar a minha família. Eu estudava de manhã e, à tarde, trabalhava vendendo doces. Minha mãe quase perdeu a minha guarda por causa de denúncias que fizeram sobre eu estar trabalhando sendo menor de idade. Por causa do meu trabalho, ficava muito cansativo estudar à noite. Por conta disso, eu ia muito mal na escola. Em um belo dia, um senhor me fez uma pergunta na sinaleira:    - Ei,  menino! Você e sua família não gostariam de ir morar comigo na praia?       Eu fiquei um pouco assustado e surpreso, porque nunca tinham feito essa pergunta para mim.      Então eu respondi:    - Irei conversar com a minha família, senhor.        O senhor então disse:    - Tudo bem menino.  Amanhã voltarei aqui para vê-lo e saber a resposta da sua família!     Então, no dia seg...

Conto Social - Um final feliz para Maria

     Maria era uma menina de dez anos que não vivia uma realidade fácil. Ela tinha quatro irmãos, todos mais novos do que ela. Sua mãe, Marineide, trabalhava como diarista em uma casa que ficava a dez quilômetros de sua moradia e fazia todo o trajeto a pé.      Como seus irmãos eram pequenos, Maria, em alguns dias, precisava ajudar a cuidar deles. Além de fazer as tarefas domésticas de sua própria casa, Maria também ia trabalhar algumas vezes com a sua mãe para ganhar um dinheiro a mais. Ela ajudava, limpando o quarto da filha da patroa de sua mãe.       Devido a todos esses problemas, Maria não tinha tempo de ir à escola e, quando podia, ia uma vez na semana, no máximo, que era quando sua avó podia cuidar de seus irmãos. Isso se repetiu por meses e meses.       Até que um dia, a patroa de Marineide a chamou para conversar e fez-lhe uma proposta. A distinta senhora explicou-lhe que ver toda aquela situação com sua fil...

Conto Social - Thaynara

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Sociedade Brasileira de Pediatria, campanha publicitária contra o trabalho infantil. Disponível em < https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/basta-de-trabalho-infantil/ > THAYNARA   Em Itapema,  havia uma senhora que trabalhava recolhendo, pela cidade, materiais recicláveis, como, latinhas de metal, garrafas plásticas, papelão e outros materiais que tivessem algum valor. Junto com ela, andava sua filha, Thaynara. A mãe da menina não a deixava em casa, porque a garota tinha apenas 8 anos. A criança ajudava sua mãe, enquanto a mulher ia com o seu carrinho de mão, coletando os bens encontrados. Sua filha andava de loja em loja, pessoa por pessoa, oferecendo balas de goma para vender, com o intuito de ajudar sua mãe.  Thaynara ia à escola, mas não tinha muito tempo fora dela para fazer as atividades, estudar para provas e fazer trabalhos. Sem contar com os dias que faltava à aula para ir com sua mãe, pois o dinheiro que ela conseguia vendendo as bal...